Projecto: 'Revelar a memória a partir
do esquecimento'
Projecto iniciado em 2010, é um ensaio visual sobre o século XVIII português, retratado em imagens polissémicas encenadas ao estilo cinematográfico, na doutrina dos fotógrafos Jeff Wall e Gregory Crewdson, conciliando a velha câmara técnica de grande formato e as modernas técnicas da fotografia de estúdio e actores de palco. O resultado são imagens elaboradas com muitos níveis de comunicação, onde a palavra tem uma presença primordial, e o discurso estético está na fusão da fotografia, no desenho, e na pintura flamenga.
O objectivo final deste conjunto imagens (em construção) é levar à reflexão e à discussão de temas tão actuais como por exemplo, a identidade colectiva, muitas vezes expressa nas palavras “eu não sabia”. Sem esquecer que história é ‘ver’, mas é também “o produto mais perigoso que a química do intelecto elaborou.... A história justifica o que se quiser. Não ensina rigorosamente nada, pois tudo contém e de tudo dá exemplos”, como afirmou Paul Valery. São imagens que nos revelam a historia de que não temos consciência, recorrendo àquilo que muitos historiadores e teóricos da história reivindicaram e continuam a reivindicar, o direito à imaginação.
A partir das imagens que crescem no espírito do autor, o esquecimento é o ‘punctum’, o principal elemento deste projecto. A memória dos tempos, edificada em imagens “escatológicas”. Representações últimas do indivíduo, da humanidade, do tempo e do universo. É basicamente uma reflexão sobre a vida a partir da representação, e a descoberta dos limites do pensável, focada no pormenor do objecto singular, que Aristóteles referenciou como: cada facto só aconteceu e só acontecerá uma vez. Mas a verdade é que a memória é muito frágil.
O retrato é também o palco deste exercício histórico, defrontando a ruína e o despojo pela câmara de parte invisível do ser. Balzac confrontado com a câmara fotográfica sentia-se apoderado de um horror explicado por Nadar: “o processo fotográfico é de algum modo a materialização do que há mais original no processo ficcionista”.
Segunda Série [2015]
Um retrato do bairro do Mocambo na Lisboa do século XVIII, um território de línguas proibidas.
Primeira Série [2013]
Um retrato de Sebastião José Carvalho e Melo, primeiro conde de Oeiras e marquês de Pombal, estadista e quinto neto da rainha Ginga.
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Na fotografia o técnico que imprimiu em Diasec® o quadro do Henrique Dias, uma imagem quase ao tamanho real, que "reflcte" quem o está a ver...
Pode ser visto na exposição "Portaits 2016" no The Center for Fine Art Photography, em Fort Colins, de 23 de Janeiro a 20 de Fevereiro de 2016.
‘Liberdade’ [2015]
Um novo ícone inspirado no quadro La Liberté guidant le peuple,
de Eugène Delacroix
http://www.jricardo.eu/projectos/secxviii/index.html
‘O Elmano Sadino’ [2015]
Um primeiro retrato do poeta
que nasceu há 250 anos, em Setúbal.
"...Se pois guardar devemos castidade, Para que nos deu Deus porras leiteiras, Senão para f. com liberdade..."
SONETO INFERNAL